sábado, 30 de janeiro de 2021

" Minha filha amada, Heloísa!


O pai se preparou durante 9 meses para a sua chegada!

Foram momentos que curtimos juntos, eu, sua mãe Perla e sua irmã que te ama muito: a Clarinha!

Tivemos vários momentos felizes...passeios, ensaios de fotos, brincadeiras, ouvimos músicas e dormimos juntos.

Você sempre foi querida e esperada por todos em nossa família!

Você gerou muito amor, paz e alegria para todos nós...e ainda continua gerando!

Graças a você, Heloísa, foram transformadas muitas outras vidas que ainda estariam esquecidas por aí! Sinto muito orgulho de você!

Apesar de você não estar presente fisicamente em nossas vidas, você é muito presente em nossos pensamentos e atitudes do nosso dia a dia.

Espero que você continue sempre presente em nossas atitudes e pensamentos e, que nos guie e ilumine nas melhores decisões que tomamos.

O papai sente muitas saudades de você e espero um dia nos encontrarmos! Se não for aqui, quem sabe aí?!

Te amo muito minha filha, saudades!"

Matheus, pai da Heloísa.

sábado, 23 de janeiro de 2021

Doação de leite por mães enlutadas

 Hoje é um dia muito especial para nós, mas vou contextualizá-lo para vocês sentirem toda a emoção conosco!

Dia 19 de fevereiro minha filha Heloísa faria 4 anos aqui na Terra! Ela nasceu em silêncio – natimorta, nos termos médicos e jurídicos.

Se a assistência e o acolhimento em casos de perdas gestacionais e neonatais está engatinhando atualmente, há 4 anos estava ainda mais no início!

Lidar com a morte de um filho não é nada fácil, e lidar com um puerpério de colo vazio tem seus agravantes! Um deles é o que fazer com o leite que vai descer, com o bebê vivo ou morto.

Recebi na maternidade o remédio para secá-lo sem ao menos ser orientada sobre o processo e nem questionada se gostaria de fazê-lo ou não... e eu não tinha forças para questionar! Tomei o remédio, tive os seios enfaixados e fui para casa. Dois dias depois, meu leite empedrou e tive, por conta própria e com a ajuda da Cris, minha doula, que ir atrás do que fazer, tomei novamente a medicação! 

Então, escrevi este relato que está na página 64 do livro "Como lidar luto perinatal" das queridas Heloísa Salgado e Carla Polido (onde aprendi que não havia impedimentos fisiológicos ou psicológicos para eu doar meu leite):

"Na quarta-feira à noite minha doula foi em casa e fez uma massagem no meu peito para sair o excesso de leite, não era uma ordenha. Nos outros dias, fiz sozinha. Com o efeito do remédio a dor foi passando e o seio, amolecendo. Para falar a verdade, eu queria que demorasse para secar... Queria me sentir “poderosa” pelo menos nisso! Olha só, quanto leite! E que dó ter de secá-lo! Será que não poderia doar? – é uma duvida que tenho até hoje.

Sempre lembro deste processo de secar o leite como uma das coisas mais difíceis que passei. E me pergunto muito: por que não colocaram este remédio na receita dos medicamentos que eu deveria tomar após a alta, ressaltando que eu deveria tomá-lo caso houvesse necessidade?"

Os anos foram passando, iniciamos as conversas com profissionais da saúde já atualizados no atendimento humanizado às perdas gestacionais e neonatais, trabalhando na implementação de boas práticas e sensibilizando. Um trabalho conjunto com as famílias do Grupo e Profissionais engajados na causa.

Até que em 2020, chega a Natália em nossas vidas! Ela, mãe da Elis, que partiu aos 30 minutos de vida, querendo também doar seu leite, recebeu a negativa do Banco de Leite de sua cidade. Ah...mas pensa que ela aceitou esse não tranquilamente? Não, não, não! A possibilidade de pesquisar na internet fez com que ela nos encontrasse, trocamos informações e energias positivas. Sua amiga e doula Alessandra a apoiou para entrar com uma ação junto ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais para conseguir efetivar a doação. Natália também acionou a ouvidoria da ANVISA, questionando sobre a Resolução que regulamenta o funcionamento dos bancos de leite. Além disso, entrou em contato com o João Aprígio, coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano, que reconheceu se tratar de uma má interpretação da resolução, sobre mães de natimortos e neomortos não poderem doar o leite. Como resultado de toda essa mobilização, a Natália conseguiu doar o leite da Elis. Além disso, em março de 2020, a ANVISA publicou uma Nota Técnica, atestando que não existe proibição para que mães enlutadas  doem o seu leite, desde que os critérios sanitários convencionais sejam respeitados. A partir daí, outros bancos, como a Maternidade Cândido Mariano em que a Jaqueline trabalha (veja nossa live sobre a doação de leite na Semana Transformação em nosso canal do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=6yAJXbIqKz0), começaram a dar a opção de doar ou secar o leite! E é isso que desejamos, que mediante informação e orientação sobre as opções, a mulher decida se quer ou não doar o seu leite, e que essa escolha seja respeitada! 

E para ajudar neste processo de sensibilização, orientação e empoderamento de mães e profissionais (o conhecimento proporciona isso), lançamos hoje o nosso PRIMEIRO FOLDER INFORMATIVO! 

Este é sobre a doação de leite, com 3 partes: uma destinada às mães, outra aos bancos de leite e por fim, aos profissionais das maternidades.

Agradeço muito à Natália, Aracelli, Luiz, Valmir e ao grupo Transformação que fizeram este projeto sair do papel!

Aqui está, aberto a toda a comunidade! OBS: Se quiser em pdf para uma melhor impressão, clique nos links abaixo:
Folheto doação de leite frente

Folheto doação de leite verso

Gratidão, não tenho palavras para mensurar a minha alegria!

Perla, co-fundadora do Grupo Transformação.



sábado, 16 de janeiro de 2021

Iniciamos a nossa série de depoimentos com um relato sobre a aniversariante do dia! 
Elis faz 1 ano hoje e sua mamãe, Natália, escreveu para celebrar esta data!
Oi filha! 
Hoje é seu ceuversário de 1 ano. E eu queria te falar tanta coisa! Queria te dizer que o amor continua imenso aqui no meu peito! Queria que soubesse que todos sentimos muito a sua falta. Beatriz e Fernando sempre te incluem nos desenhos da família, na conta dos docinhos, nas orações e homenagens! Eles te amam profundamente e sempre te levarão no coração! O seu pai já é mais caladinho, você sabe, mas não menos amoroso! Cria balões lindos para te enviar aí em cima, imprime as fotos mais belas de você e espalha pela casa, e até construiu uma fonte em sua homenagem! E a mamãe aqui, nem existem palavras para se definir tanta saudade e amor. Filha, eu queria que soubesse que você é linda demais! Tem cada dobrinha deliciosa, é bochechuda e tem uma boquinha fofa infinito! Queria muito ter passado mais tempo te curtindo, gravando melhor em minha memória cada cantinho seu! Espero que estejam cuidando bem de você aí! Afinal, você foi muito bem cuidada enquanto estava aqui na barriga da mamãe. Recebeu tantos carinhos, comidas gostosas, lindas pinturas e grandes aventuras na natureza. Fiz tudo o que eu pude, filha, para te proporcionar os melhores momentos aqui neste plano terrestre. Me perdoe pelos dias de insegurança e angústias. Também quero muito te agradecer por ter me escolhido, Elis. Para mim, é uma honra enorme ser sua mãe e poder espalhar por aí a sua história e a sua missão de amor! Sinta, minha filha, todo o meu carinho e zelo. Te envio um abraço beeeem longo e todos os cafunés do mundo. Te amo e parabéns! 
Mamãe.



 

" Minha filha amada, Heloísa!

O pai se preparou durante 9 meses para a sua chegada! Foram momentos que curtimos juntos, eu, sua mãe Perla e sua irmã que te ama muito: a C...